segunda-feira, abril 19, 2010

A incerteza do imortal

Desmonto-me. Destruo-me para que me possa reconstruir. Desactivo-me para que possa reactivar na finta do desolhar e desacreditar. Descomplexo-me à mais básica forma de ser dentro do ser que sou por ser. Desconcentro-me de forma tal que movimentos carecem de qualquer previsão. E então reencontro-me. Forte, na fraqueza encontrada na fuga de ser. Leio-me naquilo em que nada deverá estar escrito. Mas tenho fé, acredito para que oriente o que reste daquilo que não devastei por inteiro. Para que chegue longe, mais longe, para que chegue, chegue a algo. Contudo será que esse é o fim do destino? Será algo demasiado consistente para quem caminhou vazio a passo largo? Contudo chego. Contemplo. Acaricio ao ritmo que vou expurgando, cinza.

A vitória que corre então nas veias é inexplicável, que doutra forma vitoria não o poderá ser. Contento-me com a inexistência de contentamento. Forte na carência que nada preenche. Nada, eu assim o quero por alcançar o não querer. Mesmo sem sabendo se o alcancei, não choro. Não preencho. Rio. Sem satisfação alguma. Seriedade num desentrelaçar dos movimentos de um bobo.

Plenitude.

Contudo temo. Por mim e pelo que vou deixando de ser para um outro ser. Temo a metamorfose que se rege pelas suas leis em que nada posso. Questiono-me então:

Será uma sanidade imortal?

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