quinta-feira, novembro 04, 2010

Eu, Eu, Eu, Eu, Eu.

Sou uma farsa que admite sê-la. Um actor que representa sem máscara. Um actor que durante a representação admite que não é quem representa ser. Sou ninguém. Faço-me pequeno para esconder a grandeza e faço-me grande para esconder a pequeneza. Sou vazio. Meia dúzia de palavras em equilíbrio. Não sei o quero, nem para onde vou. Sou. Sou sons. Vindos de dentro para fora e de fora para dentro, não sei qual das parte sou. A vida sabe-me a nada. Sabe-me a apertos de mão e a hálitos putrefactos. Sabe-me a desejos por realizar. Sou olhos, meus e teus. Sou olhares. Sou ver e não ver. Verbalizar é mentir-me. Sou um monte de mentiras que conto a mim mesmo.

Sei cumprir funções.
Vísceras, tripas.
Apetece-me bater em alguém.
Estão todos enganados comigo.
Não quero desiludir,
se essa ilusão é melhor que a realidade.

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